[CURIOSIDADES]: Ler um livro pode mudar seu cérebro

Olá, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim!

Sempre que vejo uma matéria interessante acerca do mundo literário, eu tenho o anseio de compartilhar com vocês aqui no GeraçãoLeitura.com 
Recentemente, me deparei com uma matéria super interessante publicada há algum tempinho lá no Guia do Estudante. Vejam o post completo, clicando aqui

"Uma das coisas mais legais de se mergulhar em um livro é a sensação de sair da sua realidade e se colocar no corpo de outra pessoa. Mas isso não acontece só no sentido figurado – pode acontecer num sentido biológico também. Cientistas da Universidade Emory, nos Estados Unidos, descobriram que ler pode afetar nosso cérebro por dias, como se realmente tivéssemos vivenciado os eventos sobre o qual estamos lendo.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os efeitos da leitura sobre redes cerebrais usando ressonância magnética funcional (fMRI). Até então, os estudos já feitos só focavam os efeitos imediatos da leitura, com voluntários lendo histórias curtas dentro do scanner. Desta vez, foram analisados os efeitos posteriores. Para isso, 21 estudantes da universidade participaram do experimento por 19 dias consecutivos. Todos eles tiveram de ler 'Pompeia', livro de 2003 escrito por Robert Harris e baseado na erupção real do Monte Vesúvio na Itália antiga.

'A história segue um protagonista, que está fora da cidade de Pompéia e percebe vapor e coisas estranhas acontecendo ao redor do vulcão', diz o neurocientista Gregory Berns, principal autor do estudo. 'Ele tenta voltar para lá a tempo de salvar a mulher que ama. Enquanto isso, o vulcão continua e ninguém na cidade reconhece os sinais'. Segundo ele, o livro foi escolhido por ter uma forte linha narrativa e ser emocionante e cheio de suspense, o que era importante para que os leitores pudessem realmente se envolver com a história.

Todas as manhãs, nos cinco primeiros dias, os voluntários tiveram seu cérebro analisado em estado de repouso pelo scanner de ressonância magnética. Depois disso, eles passaram a receber diariamente, por nove dias, uma parte do livro com cerca de 30 páginas cada, sempre para ler à noite. Nas manhãs seguintes, depois de passarem por um teste inicial para garantir que haviam terminado a leitura da noite anterior, eles passavam por outro exame de fMRI. Para completar, os participantes ainda passaram por exames adicionais por mais cinco dias depois de completar todas as nove seções do romance."
RESULTADOS:

"Os pesquisadores descobriram que, nas manhãs seguintes às tarefas de leitura, o cérebro dos voluntários mostraram conectividade elevada no córtex temporal esquerdo, uma área associada à receptividade para a linguagem. 'Mesmo que os participantes não estivessem realmente lendo o romance enquanto estavam no scanner, eles mantiveram essa conectividade elevada. Chamamos isso de ‘atividade sombra’, quase como uma memória muscular', diz Berns.

Outra área que apresentou conectividade intensificada estava próxima do sulco central, uma região sensório-motora primária cujos neurônios são associados à representação das sensações para o corpo – o processo que acontece quando pensamos em correr, por exemplo, e ativamos os neurônios associados ao ato físico de correr. Em outras palavras, o cérebro dos leitores estava funcionando como se eles tivessem realizado uma série de atividades físicas que eles não haviam feito – mas o personagem do seu livro, sim.

'As mudanças neurais que encontramos associadas às sensações físicas e sistemas de movimento sugerem que a leitura de um romance pode transportá-lo para dentro do corpo do protagonista', diz Berns. 'Nós já sabíamos que boas histórias podem colocá-lo no lugar do outro em sentido figurado. Agora estamos vendo que alguma coisa pode estar acontecendo também biologicamente', completa. E é importante notar que essas mudanças neurais não eram apenas reações imediatas já que persistiram não só pela manhã seguinte às leituras, como também durante os cinco dias após os participantes terminarem o romance.

Como o estudo acabou depois desse tempo, não se sabe quanto essas mudanças neurais podem durar. 'Mas o fato de que as detectamos por alguns dias para um romance aleatório que as pessoas tiveram de ler sugere que seus livros favoritos certamente podem ter um efeito maior e mais duradouro sobre a biologia do seu cérebro', conclui Berns.
O estudo foi publicado na revista Brain Conectivity no fim do ano passado."

E aí, pessoal, o que acharam disso? Só tenho duas conclusões: 
1 - Há muita coisa sobre nosso cérebro que os melhores cientistas do mundo ainda desconhecem! É um órgão simplesmente, surpreendente! 
2 - Psicologicamente, sofremos muito com certos personagens. Portanto, essa questão biológica também parece  possível! Fato é que a leitura desperta áreas do cérebro capazes de muita coisa. Enfim, ler é vida <3

Espero que tenham gostado!
Não deixem de comentar e aproveitem o final de semana!

[RESENHA]: Timestorm - Julie Cross

Olá, pessoal, 
Tudo bem? Espero que sim! 

Encerrar a leitura de uma trilogia que tanto amamos é sempre regado de um sentimento dúbio. Por um lado, temos a felicidade da conclusão de uma estória que teve o início, o meio e ganhou seu ponto final. E por outro lado, temos a dificuldade de se despedir daquela atmosfera e daqueles personagens que tanto nos afeiçoamos. Sim, hoje, estou órfão de uma trilogia que eu amei. A trilogia Tempest, escrita por Julie Cross e publicado pela Editora Jangada, parceira do blog. 

SKOOB - Editora Jangada
Timestorm é o terceiro volume da trilogia, que conta com os livros antecessores:
#1 - Tempest (Leia minha resenha, clicando aqui).
#2 - Vortex (Leia minha resenha, clicando aqui).

Eu não farei um resumão da obra e do enredo, uma vez que estamos falando do desfecho de uma trilogia. Tentarei não soltar grandes detalhes sobre o enredo para não prejudicar a experiência literária de ninguém, mas recomendo que se possível, leiam as resenhas dos volumes iniciais para terem noção do que estarei expondo para vocês nessa resenha!

O final do segundo volume é absurdamente impactante! A trama se finda abruptamente no momento que alcança o ápice e eu quase surtei com o teor das últimas revelações e fiquei confabulando com os meus neurônios como aquele fato seria solucionado e quais as implicações deles na definição do terceiro livro. Pois bem, Timestorm se inicia num ponto diferente do qual a obra anterior foi finalizada, mas isso não me deixou tão deslocado quanto na travessia entre o primeiro (Tempest) e o segundo volume (Vortex). 

Em suma, é interessante ressaltar que Timestorm se ambienta primeiramente, em meados do ano de 3200, que é futuro dos nossos protagonistas, uma vez que seu presente é o ano de 2009. Eles se encontram num ambiente distópico e utópico, no qual viajar no tempo se tornou algo normal devido a concretização dos experimentos de Thomas, um dos originais viajantes do tempo e fundador do Eyewall, a divisão da CIA que se focou em clonar e criar uma raça pura de seres capazes de realizar grandes saltos no tempo, alterando o curso do presente, passado e futuro. 

Alterar o tempo e mudar os acontecimentos do passado são ações que se refletem diretamente no presente e no futuro, por isso, esse projeto tem de ser combatido e evitado a todo custo, pela outra divisão da CIA, que é o Tempest, responsável por zelar da paz e por proteger a humanidade dos efeitos nocivos das viagens no tempo. Acima de tudo, temos mais um embate entre o bem e o mal, o Tempest versus o Eyewall. 

Enquanto habita o ano de 3200, Jackson se vê cercado das pessoas que ama e dos primeiros viajantes do tempo. No entanto, o ano de 3200 é para eles, uma espécie de prisão, da qual não podem saltar no tempo e assim, tentarem combater o Eyewall. O mais intrigante nisso tudo, é que conhecemos a origem dessas viagens e como as barreiras de presente, passado e futuro são derrubadas para criar uma trama que explora as barreiras temporais. E isso prova o conforto dela em escrever sobre o assunto sem se perder ou nos confundir. 

O modo como os acontecimentos de Tempest e de Vortex se estreitam e se correlacionam com as novas revelações de Timestorm torna a obra um quebra-cabeça engenhoso e intrigante. Fatos que por vezes eu não compreendi ou julguei desnecessários se mostram importantes e permitem uma compreensão mais ampla e inteligente acerca do tema. Em várias partes, eu me peguei pensando: "cara, agora tudo faz sentido". 

Outro ponto distópico que me interessou muito, é a forma de organização da sociedade no ano de 3200, como as viagens do tempo são normais e como a ética médica se perdeu para dar lugar às ambições de cientistas que se portam como senhores da verdade e da razão, deuses da ciência. No entanto, para toda ação há uma reação e essas mudanças irresponsáveis se refletem no presente, ou seja, a partir do momento que viajar no tempo começou a ter reflexos negativos no passado, é sinal que chegou o momento de agir e transformar o mundo num local sem essas viagens. 

A partir da metade da trama, cargas de adrenalina foram liberadas no meu corpo e eu devorei o livro sem perceber. A escrita da autora e as doses de revelações e reviravoltas fazem o leitor se envolver cada vez mais e se surpreender com o rumo da narrativa. É preciso tomar fôlego para seguir em frente com tanta emoção e ação. Os sacrifícios que devem ser feitos para o bem da humanidade, apesar de enobrecedor são ações que entristecem o leitor e fazem com que você fique com o coração acelerado. Saliento: com o coração bem acelerado mesmo. Cuidado aos leitores que sofrem de problemas cardíacos.


A Julie Cross se consagrou nesse livro como uma excelente escritora e através desse desfecho genial, ela nos prova categoricamente, que conseguiu finalizar a trama com maestria e sucesso e que teceu todas as reviravoltas de modo eletrizante! 
Tempest nos apresenta uma trama inovadora e intrigante. 
Vortex nos traz ação e aventura.
Mas Timestorm traz uma gama de emoções e sentimentos que encantam e fascinam. 

Há emoção (muuuuuita emoção), adrenalina, romance, diversão, ironia, amizade, carisma, proteção, cuidado, racionalidade, coragem, sacrifício, perdas, despedidas e este livro se tornou um desfecho surpreendente e que me provou, mais uma vez, o porquê de eu ter amado tanto essa trilogia.

Eu adoro esta capa e sinto que ela é a mais bonita da trilogia. O projeto gráfico obedece o segundo volume, mas sinto que Tempest destoa das demais e espero que tenha uma nova capa nas novas edições ou uma jacket! Não encontrei erros gramaticais e a Editora Jangada sempre se supera no apreço com os detalhes de seus livros que conferem maior beleza às obras. 

A leitura é super recomendada para quem gosta de viagens no tempo, aventura, histórias surpreendentes e eletrizantes e que estejam dispostos a mergulhar e derrubar as barreiras de presente, passado e futuro. Porém, não recomendo aos que possuem coração fraco porque tem muita adrenalina e pode fazer seu coração falhar. Estejam avisados. rs
AVALIAÇÃO GERAL:
Espero que tenham gostado. Não deixem de comentar falando o que acharam e se têm interesse em ler esta trilogia! 

[SALADA LITERáRIA]: #2 - Luiz Henrique Mazzaron


Olá, pessoal!
Tudo bem?!

Para quem acompanhou o blog nos últimos dias, eu criei uma nova coluna chamada Salada Literária (se não sabe do que se trata, visite este link. Todos os participantes estão muito ansiosos para ver seu texto sendo publicado, porém o autor da salada de hoje é um dos mais ansiosos para saber o que acharão de seu novo texto. 



A coluna consiste na criação de textos com caráter lúdico e improvisado, no qual o autor escreverá seguindo algumas informações pré-concebidas e cabe a ele, a responsabilidade de dentro do texto, usá-las como preferir.


Por sorteio, foi definido que o Luiz Henrique Mazzaron será o segundo a participar da coluna.
E vocês podem conferir as saladas anteriores: 

  1. Erica Azevedo;
 Confiram quais foram seus ingredientes:


- SALADA:
- Gênero? Drama.
- Quem? Homem estrangeiro, professor alcoolatra e ex-dançarina do Faustão.
- Quando? 2008
- Onde? Fortaleza - Ceará
- Como? A critério do autor
- Por quê? A critério do autor
- Objetos especiais: Canivete, livro de Dan Brown, molho shoyu, torneira e fone de ouvido.

Informações importantes: 
* Podem ser acrescidos novos personagens, desde que esses estejam inclusos.
* Os objetos especiais DEVEM estar na história e a finalidade dele é critério do autor, assim como o porquê e o como.

A partir de agora, acompanhem a leitura desse texto com a direção e criação do Luiz Henrique Mazzaron. Enjoy! 
Resenha de Máscara: a vida não é um jogo. 


CAFÉ NOIR.

Brasil. Fortaleza, Ceará. Carnaval de 2008.
Conforme a noite caía, a agitação crescia. Pessoas de todas as idades começavam a preencher ruas e avenidas da cidade, que pulsava vigorosamente com a energia que só aquela terra possuía. O som reverberante dos poderosos carros de som e dos foliões agitados no coração do evento podia ser sentido de longe, contagiando a todos como uma praga. Mas havia um lugar que preferia ser alheio àquela explosão de sorrisos e corpos suados. Localizado em uma rua estreita de um bairro boêmio, o Café Noir era o refúgio perfeito para quem não tinha motivos para estar alegre naquele dia. Poetas e músicos frequentavam regularmente o local, mas os clientes cativos eram os deprimidos e os tocados pela maldição da desesperança. Os assentos de vinil escuro, o café amargo e as paredes aveludadas eram os confidentes de suas desventuras na vida.
A porta se abre e um sino ressoa no estabelecimento. Astolfo de Assis limpa os sapatos no capacho e deixa alguns confetes coloridos presos nele antes de ir se sentar à mesa mais distante, localizada num canto obscuro entre uma janela trincada e um jukebox desativado. Logo depois uma garçonete pálida se aproxima e pergunta o que ele vai querer. Pergunta se eles têm vodca ou uísque, mas ela diz que não, lançando-lhe um olhar frio de quem já repetiu aquilo várias vezes. Sem escolhas, pede uma xícara de café sem açúcar.
Enquanto aguarda, coloca sua maleta sobre a mesa e a abre. Astolfo remexe em alguns papéis, buscando por algo que ele não sabe ao certo o que era. Sua razão de viver, talvez? Dedilha provas de alunos não corrigidas e contas a pagar. Suspira e encontra um canivete dentro de um compartimento interno. Ele o retira da maleta e aperta o botão da trava, fazendo a lâmina do objeto saltar.  Astolfo a examina minuciosamente sob a luz suja da luminária no teto. Tão linda, tão afiada... Seria sua passagem de saída daquela vida medíocre. Professor, viúvo, quarenta e seis anos, alcoólatra... Quem sentiria sua falta? Sua amada esposa já não estava mais ali para sustenta-lo com seu afeto e a bebida já não o consolava mais como antes. Ela também iria abandoná-lo, e quando isso acontecesse, não suportaria mais o fardo.
Sente um mal estar. Alguém o observa. É a mulher da mesa em frente. Quando seus olhares se cruzam, ela retorna a atenção à revista em sua mesa enquanto ele esconde o canivete na maleta. Quis brigar com ela por não cuidar de sua vida, mas a garçonete chega com seu café logo em seguida. Quem aquela gorda pensava que era para ficar lhe observando? Deixasse-o só com seus demônios. Mal sabia Astolfo que ele conhecia aquela mulher. Não da vida, mas da televisão.
Aquela mulher desconcertada pelo flagrante era Claudia Oliveira, mais conhecida como Claudinha do Faustão. Já fora conhecida como uma das mais carismáticas bailarinas do famoso programa dominical conduzido por Fausto Silva, mas isso foi antes de um problema de saúde a tornar no que era hoje. A estonteante morena dos olhos de mel, cujas curvas já foram desejadas por milhares de homens, havia se transfigurado em uma obesa triste e calada, que passara a viver pelas sombras para que não a vissem. Já fora reconhecida por algumas pessoas na rua, e a expressão de espanto em seus rostos ao ver que Claudinha havia se convertido naquilo não a ajudava em nada a viver melhor consigo mesma. Era difícil aceitar que os holofotes jamais a iluminariam novamente. Tudo o que lhe restava de orgulho da antiga vida eram os olhos de mel, que mantinha sempre em destaque com maquiagem. Eram a marca de seu passado que jamais a deixaria, diferente dos amigos e parentes que lhe cortejavam antes da doença e evaporaram como gelo ao sol quando tudo começou a ruir em sua vida.
Claudia finge folhear as páginas da revista para ignorar o olhar furioso do homem da mesa em frente, passando rapidamente pela sessão de esportes e de fofocas até que se detêm em um anúncio de lingerie. A loura escultural sorri para ela, debochada. Irritada, Claudia fecha a revista e olha termina seu chá preto num gole. Olha para o balcão em busca da garçonete para pedir a conta. Um rapaz lhe chama a atenção. Sua pele é muito clara e seus cabelos são de um louro quase dourado. Não deve ser brasileiro, levando em conta a leva de gringos que sempre vinham naquela época do ano. Ele lê um livro: O Código Da Vinci, de Dan Brown. A Mona Lisa está na capa, olhando para ela com aqueles olhos misteriosos e superiores, julgando-a. Queria ser como a Mona Lisa. Mesmo após tantos séculos, a filha da mãe ainda continua sob os holofotes, sempre radiante, e ela nem era tão bonita! Não tanto quanto ela fora. Fora... Verbo “ser” no passado. Sentiu vontade de gritar.
O rapaz a fitou de repente com seus olhos azuis e sorriu um sorriso de dentes perfeitos. Aturdida, Cláudia voltou a fingir que lia a revista e deu um gole em sua xícara vazia. Sentia as orelhas queimarem. Porque o destino gostava tanto de lhe castigar colocando tanta perfeição em seu caminho? Não se sentia digna de ser vista olhando para aquele belo rapaz. Está paralisada de vergonha e não ousa chamar a garçonete para ir embora. Tira da bolsa um par de fones de ouvido e decide calar as vozes acusadoras em sua mente com música clássica.
O rapaz na bancada arqueia uma sobrancelha quando a mulher que o observava parece ter levado um susto ou um choque. Ela era bem diferente das outras pessoas que conhecera até agora. O povo de Fortaleza era alegre e amigável, e esse fato se ampliava com o clima do carnaval. Mas a mulher de belos olhos não parecia fazer parte daquele espaço. Ela era como o molho shoyu pousado sobre a pia além do balcão. Aquilo era um café e não um restaurante japonês! Ambos destoavam do cenário lúgubre, assim como ele próprio.
Seu nome é Gustaf Harstmann, alemão e amante do turismo. Ele sempre preferiu lugares mais calmos para suas viagens, mas a magia e as cores do Carnaval brasileiro o fizeram relevar os comentários negativos sobre violência e precariedade nos serviços do país e a se arriscar numa visita de quatro dias. Não se arrependeu de nenhum euro gasto na viagem. Tudo foi além de suas expectativas. A acolhida, o clima, o visual... Tudo tão diferente de sua terra natal! E até agora nada de assaltos, para seu alívio. Mas em certo momento, toda aquela agitação começou a lhe assustar e precisou de um pouco de paz e silêncio, encontrando no Café Noir o lugar perfeito para isso. Era quase bizarro encontrar um local assim em meio a tantas festividades.
Gustaf olha ao redor e observa os clientes. Todos tão calados e presos em pensamentos. Há uma tensão no ar que se mistura com a fumaça dos cigarros, formando uma aura cinzenta e diáfana. Sente-se mais deslocado ainda. Afinal, ele parece ser o único ali a não estar fugindo de um inimigo invisível. Volta a ler. A torneira na pia pinga em intervalos regulares. Ele sincroniza sua respiração com o gotejar e logo está absorto em sua leitura. Nada mais existe, só ele e o livro. Às vezes, sua mente vagueia para longe, para sua casa, e a nostalgia tira seu foco, mas rapidamente seus olhos voltam a voar pelas linhas enquanto o tempo passa.
Logo, a madrugada engole o Café Noir, lar dos deslocados. As pessoas começam a sair, cada uma para seu destino incerto. Astolfo parte com sua maleta para o fim da rua em passos vacilantes. Claudia sai logo em seguida e perambula pelas sombras das marquises até desaparecer. Gustaf é um dos últimos a sair. Despreocupado, segue até a esquina e pega um táxi.
A plaqueta na porta de vidro do Café Noir é virada: FECHADO. As luzes se apagam e logo o estabelecimento se perde na noite, levando consigo as mágoas e aflições de seus clientes do dia.

E aí, pessoal, o que acharam? Gostaram? Tem como não ser absorvido por essa atmosfera noir que o Luiz criou? Estou muito feliz com os resultados de cada salada e eu espero que vocês também estejam gostando! Não deixem de comentar e no próximo dia 02 de dezembro, publicarei um novo texto e esse texto foi escrito por uma lady! Alguém gostaria de tentar acertar quem será essa autora? #aguardem!

[RESENHA]: O último Filho - John Hart

Olá, pessoal!
Tudo bem?! Espero que sim.

SKOOB - Grupo Editorial Record
A poucos minutos, terminei a leitura de um livro incrível. Um livro que vai se construindo gradativamente e traz muitas emoções e revelações em seu desfecho. Desde o primeiro momento em que vi O Último Filho, escrito pelo norte-americano John Hart e publicado no Brasil, pelo Grupo Editorial Record, senti uma necessidade absurda de me entregar na leitura desse thriller-policial e dramático. Mantinha expectativas altíssimas sobre o livro e todas foram superadas com exímia maestria. 

O Último Filho és de fato, uma obra-prima da literatura policial contemporânea! 
O livro nos presenteia com um thriller cativante, rápido e ágil, cuja maior peculiaridade é a engenhosidade do autor na composição da trama e sua escrita magistral. 
Essa obra acompanha a devastação da família Merrimon, após o desaparecimento de Alyssa, uma garota de apenas 12 anos. Com seu sumiço e provável sequestro, assassinato e etc, vemos como todos são abalados. Seu pai, não aguenta a culpa e tudo leva a crer que abandonou os cacos do que sobrou de uma família; sua mãe, se desespera e se torna uma viciada e seu irmão gêmeo, Johnny é o único que ainda não desistiu de encontrá-la e por isso, amadurece rápido demais, se torna um adulto precoce que tem de agir com o peso do mundo sobre os ombros e a responsabilidade de segurar uma família que desmoronou.

Mesmo após um ano do desaparecimento de Alyssa, Johnny é o único que persiste em sua busca incessante e que realmente acredita ser possível encontrar sua irmã ainda com vida. Nem a polícia se mostra tão eficiente, uma vez que a investigação caminhou para um beco sem saída, no qual não há pistas, poucas evidências e uma pergunta sem resposta: onde está Alyssa Merrimon?
Nesse ambiente desolador, no qual impera a falta de respostas, é que Johnny se depara com uma situação que parece trazer um fio de esperança. Um ciclista foi gravemente atropelado e antes de morrer fez a seguinte confissão:
"Eu a encontrei. A garota raptada. Eu a encontrei..." (p.63)
Porém, teria sido esse atropelamento intencional ou foi um acidente e uma infeliz ironia do destino? Se o clima angustiante já não fosse intenso o bastante, no mesmo dia que o ciclista foi atropelado, houve outro rapto de uma garota. E surge as dúvidas: ele estava falando de Alyssa ou da nova garota raptada? Johnny é o único a acreditar que ele falava da irmã e se atém verdadeiramente, numa investigação privada com poucos recursos e muito perigo.
Johnny e Alyssa
Johnny é uma criança ferida que em seus 13 anos, deve conviver com a dor tão latente e portar de uma maturidade que ele ainda não tinha. Ele se isola, se torna inconsequente, rebelde e perde a inocência da infância. Eu me indignei em várias partes, porque de um lado temos uma criança que não desistiu e de outro lado, temos uma mãe que fugiu da realidade através das drogas e de outro, um pai que não conseguiu lidar com a culpa e abandonou a família. Quando Johnny mais precisou dos pais, eles não estavam lá para protegê-lo.

A investigação é liderada por Clide Hunt, um detetive envolvido emocionalmente no caso, que não se conforma por não ter encontrado Alyssa. Ele havia feito uma promessa de que traria a garota para casa, mas não a cumpriu e essa dor o consome em seu trabalho, fazendo com que ele tome decisões precipitadas e o consome em ambiente familiar, resultando no divórcio e péssimo relacionamento com o filho. A forma como ele prioriza a resolução dessa investigação e protege o que sobrou dos Merrimon é enobrecedor, porém em vários momentos eu me entristeci quando ele não foi um pai para o filho.

Perceberam o quanto me envolvi na atmosfera de O Último Filho? Pois é, eu fui cativado por todos os personagens e seus dramas internos. Sofri com eles, me indignei, me frustrei com falta de respostas. O modo como o John Hart descreve os fantasmas e batalhas particulares me aproximou dos dilemas vivenciados e por isso, as emoções se tornaram palpáveis e o drama permeou toda a narrativa, tornando o livro tão peculiar e misterioso.
Eu fui rompendo as páginas sem notar o quanto avançava e cada cena me conduzia para um novo patamar da história, que vai evoluindo e aguçando a curiosidade do leitor. Este é um livro digno e merecedor de muitos prêmios.

Encontramos uma investigação, encontramos um mistério, encontramos um thriller, mas em suma teremos um drama que desestrutura o leitor e o fisga pela capacidade narrativa do autor, que não cansa, mas fascina.
Transpor as barreiras das cem últimas páginas foi uma tarefa muito fácil. Por vezes, me flagrei pensando como aquelas revelações afetariam o desenvolvimento da trama e essas, afetaram todos os personagens. Por conta disso, o livro trilha um caminho imprevisível e arrebatador. Descobrir tudo que houve um ano atrás e suas implicações, me deixou divagando como o autor conectou todos os fatos. Além de um desfecho inesquecível, o mérito do autor se deve mais uma vez a sua escrita e a transposição de sentimentos no papel.

Sem dúvidas, esta é uma daquelas obras memoráveis que se findam, mas não acabam, porque continuamos a pensar sobre o enredo. A destreza do autor em concluir sua trama, presenteia o leitor com a alegria da resposta, a tristeza do inevitável e a força necessária para seguir em frente. A superação e a crença de que será possível viver e encontrar a beleza na vida e na família deixou meus olhos marejados. Este é um livro que não adianta contar o enredo, a escrita do autor confere um diferencial imenso a obra.

Uma escrita ímpar, um enredo fascinante, um drama peculiar e um desfecho poético, coerente e surpreendente com tudo que foi proposto.
Leitura INESQUECÍVEL! Recomendado para todos e sem exceções. Leiam!
AVALIAÇÃO GERAL:

Espero que tenham gostado do livro e não deixem de comentar o que acharam! 

[CURIOSIDADES]: Coisas que só loucos por livros entenderão

Oi, pessoal!
Tudo bem? Espero que sim!

Nesse sábado, preparei um post bem divertido e que retrata com verdade e efervescência, um pouco do nosso mundo. O mundo dos leitores. Através de GIFS, a jornalista Stephanie Vishnevsky Kohn, do site IBA, selecionou coisas que só os loucos por livros entenderão. Para quem quiser conhecer o post original, basta clicar aqui
E para quem não quiser, basta conferir as imagens abaixo! :)

1 - Ter medo constante de spoiler em qualquer conversa sobre livros.
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2 - Se sentir amigo dos personagens e querer que eles existam de verdade.
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3 - Entrar em depressão ao ler sobre a morte do seu personagem favorito.
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4 - Morrer de alegria ao ler sobre o primeiro beijo do casal favorito.
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5 - Se desesperar ao achar que, depois deste livro, você nunca mais vai encontrar outro tão bom.
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6 - Imaginar os rostos dos personagens e se decepcionar com o ator escolhido para interpretá-lo no filme.
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7 - Ler, sem querer, as últimas frases da página e descobrir algo bombástico.
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8 - Morrer de ansiedade ao esperar o lançamento do novo livro da série.
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9 - Se alegrar ao comprar o novo livro da série.
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10 - Citar as frases dos personagens favoritos na vida real.
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11 - Querer ficar mais no ônibus/metrô/trem/carro só para ler mais algumas páginas do livro.
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12 - Se importar mais com a vida amorosa dos personagens do que com a sua própria vida amorosa.
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13 - Discutir feio com seus amigos sobre qual personagem/escritor/livro é mais legal.
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14 - Enrolar para ler as últimas páginas só para não sofrer ao terminar o livro.
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15 - Gostar de um personagem logo no início do livro e acabar se apaixonando perdidamente por ele/ela nas últimas páginas.
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Amo/sou; <3
16 - Querer matar alguém que fala mal do escritor/livro/personagem favorito.
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17 - Ficar indignado quando alguém te conta que não gosta muito de ler.
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18 - Preferir livros a pessoas.
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19 - Ler imaginando/imitando a voz do personagem.
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20 - Gastar todo seu dinheiro com livros.
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21 - Achar que vai ler algumas páginas e acabar lendo o livro todo.
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22 - Amar o livro inteiro e detestar o final.
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E aí, pessoal, o que acharam dos gifs? Conseguiram se identificar em algum? Comentem!!
O Ministério da Saúde adverte, em caso de identificação com vários dessas imagens, não precisa procurar um médico. Você não está doente, apenas ama muito os livros! <3
Aproveite o final de semana! 

[LANÇAMENTOS]: Grupo Editorial Pensamento


Olá, pessoal, 
Tudo bem?! 


Já conferiram os últimos lançamentos do Grupo Editorial Pensamento, parceiros do blog? Não? Então, vamos conhecer agora, pois são ótimos livros e tenho certeza que algum dos mais diversos títulos irá lhe agradar! :)














E aí, pessoal, o que acharam dos lançamentos? Gostaram? Não deixem de comentar falando quais lhe deixaram interessados, ok? 
ÓTIMO FINAL DE SEMANA!!
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